Artur Gomes – Como se processa o seu estado de poesia?
Micaela Albertini – O meu estado de poesia acontece quando estou triste e melancólica, engraçado que na alegria não consigo pensar em poesia.
Artur Gomes – Seu poema preferido?
Micaela albertini – Não tenho um preferido, tenho alguns que gosto mais que outros e isso depende do momento em que estou lendo, porém, tem um que gosto muito que é E agora José?, de Drummond de Andrade.
Artur Gomes – Qual o seu poeta de cabeceira?
Micaela Albertini – Meu poeta de cabeceira no momento é Artur Gomes , sua forma de escrever é orgânica, dá para sentir suas palavras e neste momento tem me feito muito bem.
Artur Gomes – Em seu instante de criação existe alguma pedra de toque, algo que o impulsione para escrever?
Micaela Albertini – Não sou poeta, o que escrevo é para mim e não compartilho. Escrevo coisas que sinto e coisas que gostaria de dizer mas depois rasgo. Foi uma forma que encontrei de me expressar sem consequências.
Artur Gomes – Livro que considera definitivo em sua obra?
Micaela Albertini – Sem dúvida, Agatha Christie foi quem mais li na minha adolescência.
Artur Gomes – Além da poesia em verso, já exercitou ou exercita outra forma de linguagem com poesia¿
Micaela Albertini – Na verdade não.
Artur Gomes – Qual poema escreveu quando teve uma pedra no meio do caminho¿
Micaela Albertini – O poema da minha vida, vem na forma que enfrento as adversidades da vida, procurando me reinventar sem muito drama, procurando ser mais prática.
Artur Gomes – Revisitando Quintana: você acha que depois dessa crise virótica pandêmica, quem passará e quem passarinho¿
Micaela Albertini – Acho que passará algumas mágoas, desculpas dadas em vão, passará o mal por algum tempo, depois voltaremos para a realidade da rotina e assim o passarinho voltará ao seu ninho.
Artur Gomes – Escrevendo sobre o livro Pátria A(r)mada, o poeta e jornalista Ademir Assunção, afirma que cada poeta tem a sua tribo, de onde ele trás as suas referências. Você de onde vem, qual é a sua tribo¿
Micaela Albertini – Nunca fui de uma tribo. Não me encaixo em rótulos. O mundo é muito grande e as pessoas são tão diferentes, que ficar engessada em uma única forma é pobre demais. Eu me adapto muito bem às mudanças, em conhecer coisas diferentes. Costumo dizer que, até o que dá errado na viagem, me encanta. Tento sempre vê o lado positivo de tudo.
Artur Gomes – Nos dias atuais o que é ser um poeta, militante de poesia¿
Micaela Albertini – Ser poeta hoje é vagar na própria solidão. É como se o mundo necessitasse de Poesia mas tem preguiça de pensar. Se lê muito pouco hoje em dia, é muita frase feita pra pouca ação.
Artur Gomes – Que pergunta não fiz que você gostaria de responder¿
Micaela Albertini – Que série você está assistindo e que filme você indicaria?
Estou assistindo ¨Anne com E¨ , maravilhoso e o filme seria ¨Bohemian Rhapsody¨ a história de Freddie Mercury, sensacional.